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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um Carro já Velho com um Pneu Furado

Lá no fundo da minha rua,
Nesse fim de caminho onde toda a vida escondida se inicia,
Há um carro já velho com um pneu furado.

Há coisas que me revoltam profundamente e sem duvida que um carro com um pneu furado não é uma delas.
O que me aflige verdadeiramente é que toda a gente que lá passa (gente que não é cá da terra, mas que apenas se serve das vias de comunicação que o senhor presidente da junta inaugura) se nega a ver a realidade.
A realidade é um carro já velho com um pneu furado.
Nada mais!
Sendo ele já velho, danificado, que constrangimento poderá causar um simples olhar, um suspiro de pena, de inércia…
Um simples toque pela manhã, nos vidros trémulos para tentar ver a vida que nele ainda se esconde?

Todas essas pessoas, esses oportunistas da nossa junta rival,
Querem isso sim, vê-lo o quanto antes arremessado numa sucata perdida na História.
Um desses oportunistas da nossa junta rival, uma vez em tom de gozo, disse que o carro já velho com um pneu furado estava às portas da morte.
Bom, aí eu percebi toda aquela frieza, falta de compaixão…
Tentam empurrá-lo para as portas da morte, mas é contra a sua natureza passar por entre portas…

Por isso ele resiste!
Por isso de toda a resistência se há-de reiniciar, aparecida enfim do seu esconderijo, a vida!

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