Serenado o incêndio interior,
Respeitando intrinsecamente a luz natural do sol,
Vejo o meu rosto despojado, na praia, entre as rochas.
Não só, mas rodeado por mim próprio,
Busco o refúgio à agonia por entre a solidão de uns ombros momentaneamente expostos por uma sombra desconsiderada…
E quando me aproximo, ela foge e segue repetindo os meus gestos.
Sento-me na areia e tento ver por entre as montanhas e castelos que desenham,
O sentido da minha existência…
Impulsivamente, enterro a minha mão na areia, fecho-a e ergo-a repleta,
Crendo deveras ter literalmente na palma da minha mão a infinidade…
Bem alto, do cimo do meu braço erguido,
A areia, irreversivelmente desapropriada à natureza do meu tacto,
Vem deslizando pelo meu corpo, agora hirto
E lacrimejando sinto o absoluto, o infinito a perder-se em mim!
E quando a infinidade se perde,
Quando a viagem até ao inicio e fim das coisas termina,
Segue o trajecto ininterrupto até à confortável gruta.
Destroçado, perdido no seu grande vínculo existencial, liberta o seu coração e a batalha inicia-se…
Todos os que na idade do nada, buscam o absoluto, são dizimados pela corrente mortífera da vida!
Todos os que amam o amor e se perdem por entre o trajecto racional dos sentimentos,
São unicamente renegados da sua própria existência!
http://diariodoinfinito.blogspot.com/
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