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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Guarda Ateu do Olimpo

O homem que faz a guarda da porta do Olimpo é ateu.
Na verdade, ele vendeu a sua alma a deus, para não engrossar essa volumosa criação do capitalismo – a Taxa Natural de Desemprego.
E deus afinal não passa de mais um empregador capitalista, que não atende às convicções dos seus assalariados para espalhar a fé em si próprio.

Por isso, há por vezes nas lágrimas, para além da sua humidade natural, a fúria incendiária dos sentimentos subjugados, a ira ardente, virilmente propagada a todo o corpo, dos ideais vilipendiados

Quando o olhar a uma flor se dirige, ao invés, a uma explosão catastrófica a milhares de quilómetros de distância e dos estragos desse rebentamento, se plantam novas espécies de terror, atrocidade, devastação, pode considerar-se que tudo que é constituído soçobrou?

deus não subordinará mais o Homem!

Aí o guarda ateu do Olimpo cumprirá o seu dever existencial,
Colocando por todo o castelo transcendental a carestia, a corrosibilidade mental (cinzas de obras literárias; restos mortais de ateus suprimidos).
Seguir-se-á o saqueamento, no qual os revolucionários verão devolvidos os dízimos cobrados!
Sem resistência, descerão, enfim, as escadas do Olimpo e a cada degrau descido (e destruído completa e eternamente), atingirão o ponto mais alto do mundo: o fim da escada!

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