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domingo, 4 de maio de 2008

Sociedade Vazia do Lazer

Decidi escrever para perceber se devo declarar guerra ao Mundo...
A cada dia que passa, sinto com maior lucidez, com maiores índices de maturidade, com maior clareza existencial que, estar certo num Mundo errado, custa!
Custa muito! Custa tanto como subir uma escadaria, cujo destino é rumar ao nada!
E que ninguém pense que do que se trata é de um devaneio próprio da juventude que me engrandece,
De alguma sede de protagonismo, perspectivando quem sabe, eventualmente, assumir o controlo do Mundo,
Impondo os meus valores, conceitos existenciais, modo de ser, de pensar, de existir,
Despejando (quem sabe) os “futuros valores passados”, que subjugarei, num rio de sangue este agora, também ele, artificial!

Vencer o Mundo, não é para mim, sinónimo de glória externa, mas sim interna!
Nada há em mim, a nível externo, que possa ser glorificado, que não a forma de olhar o Mundo...
E essa, ninguém me reconhecerá.
Se eu não vencer o Mundo, se não conseguir desferir-lhe tal golpe mortífero, capaz de o abalar tão profundamente...
Chegarei à conclusão que não mereço pertencer-lhe!
Não que seja melhor ou pior que Ele. Simplesmente terei de reconhecer que, na minha época, o Mundo não necessitava de alguém como eu para ser o que almeja
E eu não precisava do Mundo para ser o que quero!
O que quero só a mim me diz respeito!
Ao Mundo, peço, tão-só, que me não atrapalhe...
Como isso é impossível, como o Mundo nunca reconhecerá que o Homem não é o seu material de guerra,
Que não pode existir na mente humana, tamanha mina vivencial, tremenda mutilação de se SER, como o materialismo (a arma negra que alvejou a cultura e a ética)...
Então, como dizia eu, vou ter de derrotar o Mundo, se quero ser alguém minimamente respeitado e querido interiormente...
Se algum dia quiser que o meu espírito, a minha consciência, ou seja, eu próprio, seja(m) respeitados interiormente,
Nesse caso, terei de ser EU sozinho e bem acompanhado, com o meu exército espiritual,
A reduzir o Mundo ignóbil que me prejudica deveras, a pequenos pedaços!

No fundo, do que se trata, é de uma imposição, de um capricho, próprio da individualidade,
A querer medir forças com o cosmos, congregador de ilusões que o Mundo me parece.
Curiosamente, posso dizer que se trata de um capricho próprio da individualidade, cujo escopo é servir o cosmos!
Não que pense que cada um servindo o seu interesse, acarretará o bem de todos. Não se está a falar de liberalismo, nem de economia.
O que quero dizer é que os meus interesses, próprios da individualidade, combatem o individualismo, característico deste cosmos.
Na realidade, comprometo-me a estabelecer a ponte entre o que de errado sobra do capitalismo (o individualismo, o egoísmo, etc.)
E o que resta do comunismo, puro e duro, (colectivização do SER): É preciso combater o individualismo, preservando a individualidade! E não se pode preservar uma qualquer individualidade.
Esta terá de ser, salvo o pleonasmo igual a si própria:Única e não como os sapatos que se vendem na feira.
Transversal e não sectária como a distribuição de cd`s da Fnac.
Consciente e não embriagada (literalmente ou não) como o espírito da minha geração!

Eu tenho um plano para o Mundo!
Publiquei interiormente o meu programa de realização interior e isso é quanto baste!
Não me contentei em definir apenas um programa para o meu país, Portugal, porque entendo que nada nos distingue dos outros para termos uma qualidade de vida superior à deles.


Tal como um brinquedo, o Homem-Moderno vê tudo que o compõe massificar-se: a sua alimentação; o seu vestuário; o seu lazer; a sua personalidade; o seu sentir; o seu modo de existir...
Acontece que, ao contrário dos verdadeiros brinquedos, o brinquedo Homem-Moderno não se destina a entreter crianças, a acompanhar o seu desenvolvimento.
Alguém terá de dizer um dia à Humanidade que o seu actual Estado, não surgiu do nada, não é fruto de uma inevitabilidade biológica do Homem.
Alguém, algum dia, terá de explicar que o perecimento intelectual do Homem se deve a um acontecimento assaz desprezível.
Quem, com uma tigela de sopa a mais, exigiu a outrem, um copo de água, sem dela necessitar, como condição, dirigida a esse outrem, de sobrevivência, mudou como ninguém o trajecto, a forma de ser, a identidade da Humanidade.
Quem com apetência inata para construir abrigos, os não faz de forma séria, tirando para si, para o seu próprio abrigo, o que de melhor havia no primeiro( e por consequência conduziu ao seu desabamento) contribuiu como nunca nenhum cientista ou ideólogo fez ou fará.
É preciso que se saiba que um dia o Homem, em tempos remotos decerto, teve como parte inerente ao seu espírito, a bondade e a honestidade!
É a esse alguém que devemos a escravidão, a servidão, a exploração, Toys´R´Us em que nos inserimos!
Esse alguém teve descendência e a sua herança é a nossa vida!
O Homem auto-compreendesse como um brinquedo, porque não foi capaz de eliminar essa dinastia
E esse alguém seguiu milénios a fio edificando todo o aparelho institucionalizado da vida: a política; a religião; o desporto; o teatro, o cinema; a informação;
Com os seus factores positivos e negativos, têm servido para nos entreter, para nos distanciar do absoluto, infinito, que um dia fomos!
Acredito no Homem puro, inicial...
Acredito no Homem Total!
A alguém que o combate declaro, agora, do topo da minha humanidade Guerra!