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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

À Noite

À noite, em criança, deixava cair a minha última lágrima diária,
Entre a austeridade da minha almofada e o desaconchego da minha cama,
Sonhando, infantilmente, transferir toda a minha agonia,
Para a curta e irreal passagem dos meus pesadelos.
Depois virava a almofada ao contrário e colocava-a por cima da zona atingida da cama…

Perpetuavam-se as insónias, desencadeadas pela pureza objectiva de uma aparição ilusória…Nenhuma fada voando me fez a vontade.
O menino Jesus, a quem tanto me obrigaram a pedir ajuda também não me socorreu…

De manhã o sol acordou a minha vida.
Não sou crente em ilusões, mas tenho fé no calor do meu corpo…
Ele foi capaz de secar a minha agonia.

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