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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Não sei se vês aí…

Não sei se me vês aí da janela do meu antigo quarto.
Não sei se me procuras dentro de ti, ou se me encontras fora do que fui,
Aqui encravado nos paralelos da minha filosofia pisada…

Saí de casa pela noite (e neguei a simbologia deste acto) apenas com a roupa que me prepararas para o dia seguinte,
Aturdido por poderes imaginar que largava tudo pela utopia de um lugar na memória dos homens.
Desconheço a tua reacção quando abriste a porta do quarto e o viste só…
Suponho que te preocupaste, por mais uma vez ter deixado a minha vida desarrumada,
Os meus deveres, enquanto membro do mundo por fazer,
Todas as minhas ambições encardidas no chão para tu arrumarem.

Aqui no chão, o terreno que a minha utopia causou, percebo que falhei!
Falhei em tudo, porque me julguei capaz de me reconstruir, não tendo nunca o mundo como modelo!

Ainda que tenhas de fechar a janela, prefiro que o faças para sempre
E me deixes morrer aqui entre os meus!

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