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sexta-feira, 25 de julho de 2008

Nota Prévia

Sinto por vezes, quando alguém lê algum escrito meu que não levam a sério o seu conteúdo.
Há quem julgue que "Socialismo Interior", "Guarda Ateu do olimpo", entre outros se tratam apenas de retórica argumentativa, voluntarismo inócuo...
Abordar a religião, censurar em particular a do meu espaço, debater política, hasteando a estrela socialista humanizada,
É típico de um poeta marginal.

Grandes poetas conseguiram expor como ninguém a sua identidade nos seus escritos, enunciando de forma sublime os seus sentimentos.
Outros foram mais longe. Escrevendo, evoluíram espiritualmente, de tal maneira que criaram outras personalidades, atribuindo-lhes traços de carácter próprios.
Não vale a pena tentar igualar o brilhantismo próprio de quem adopta essa posição doutrinal.

Todos esses poetas, referências inelutáveis, partem do princípio que é a sua "consciência que determina o seu ser".
Dizer que " sou do tamanho do que vejo" é decerto dar voz a uma força, uma coragem interior ilimitada.
Mas não pode ser mais (ainda que seja quase tudo) do que isso.
Esse é modelo de Hegel.
É, no entanto, "o ser social que determina a consciência individual".
Visão menos romântica, é a perspectiva menos nebulosa.
Julgar que um camponês, não obstante a sua pureza espiritual, poderá um dia ombrear socialmente sob todos os aspectos materiais da vida com um executivo é intrigante.
Poderá um dia conseguir, sendo esse dia a excepção e não a regra.
Nesse dia dirá que é do tamanho do que viu.
É, porém, sob aqueles aspectos materiais da vida que assenta e germina a sua posição espiritual...
E assim, por estar em desvantagem naquela perspectiva material , talvez o camponês não tenha tantas probabilidades de igualar socialmente o executivo.
É bem diferente conferir-se a possibilidade de, em vez de se efectivar uma posição social.

Por isso, a minha posição doutrinal assenta na conexão de toda a realidade e não na apreciação e análise sectária, pouco articulada e harmoniosa.
Estou propositadamente à margem e não socialmente marginalizado.
Tudo isto, sabendo que, um poeta quando fala de si próprio não pode falhar, ainda que coagido pela ditadura da maioria...