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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Carta de Novembro

Trazias a revolução no teu rosto libertário.
O cabelo, outrora estrangulado pelos cânones de beleza estabelecidos, soltara-se, ficando por isso refém do toque perturbado dos meus dedos.
Conhecias o fascínio que a simplicidade do teu nariz me suscitava desde o primeiro dia.
Os teus lábios curtos e finos espelhavam aquilo que sempre esperaste dos outros.
Mas se havia coisa que te distinguia era aquele sorriso solidário que esboçavas quando te dizia :"Amo-te!".

Não há dia que passe e não recorde a Revolução!
O que falhou?
Às vezes penso ter na minha caneta mais poder do que um revolver, uma lágrima, um beijo...
(No meu sangue fervilha o radicalismo do último olhar...)
Mas depois o espírito revolucionário esfume-se e não posso matar quem queria, chorar pelo que devia...
Beijar-te nunca pude... Os meus lábios carnudos sempre nos afastaram!

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