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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Cansado de Eternidade

Só e cansado.
A morte é a estrada da eternidade!
(A Revolução falhou e só restam as ondas de maré baixa).
Deportado da vida, exilado dentro de mim...
Não consegues ver nos meus olhos o brilho desta hora?
O legado daquelas ondas é a espuma que se desintegra por entre os passos nervosos de uma criança!

Doentio, irreversivelmente depressivo.
A eternidade é a vida dos poetas mortos!
(Com a maré baixa a praia parece maior).
Dentro de mim vive exilado um exército de vida subordinada, desarmado, sem hierarquia...
Consegues sentir agora o peso que recai sobre os meus ombros?
A criança que percorre aquela praia não terá legado, porque ela é eterna!

Só, doente, depressivo e ainda vivo.
(É na maré baixa que morre a criança afogada).
Cansado de Eternidade!
Verás o meu cadáver no lugar da espuma das ondas de maré alta...

Adeus.

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