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terça-feira, 28 de abril de 2009

Altruísmo

Sento-me no banco dos réus.
Réus são os que vivem a morte dos que amam!

O julgamento dá-se de dia, num jardim de raízes internacionais, para que durante a noite a natureza possa julgar cegamente.

Sento-me e espero a tragédia.
A minha direita uma tília europeia vulgar, afasta o olhar dos parentes da vítima.
Pela esquerda algo(uém) cujo nome, por mais que tente, não consigo descodificar.
(Parece-me australiana pela bandeira que hasteia.) Esconde-me da multidão que sem laços aparentes, acrescenta alguns adjectivos ao meu nome.
À minha frente a natureza: imponente como sempre, cosmopolita como nunca…
Atrás o passado – o meu cadastro!

A morte é um tsunami que se humaniza.
De início, quando a água apenas cobre timidamente os pés, o desconforto é grande, mas a catástrofe é inconsciente.
Depois o tempo passa, a água gela metade do corpo e aí sim… Percebe-se que a vida já não será a mesma.
Do tronco à cabeça a esperança dilui-se…

Da vontade de chorar. Mas as lágrimas invertem o seu trajecto.
Não seguem jorrando pelo rosto…
Deslizam interiormente, regam o coração, inundam a alma…
É o fim!

O tribunal recompõe-se e o ciclo continua…

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro e eventual futuro amigo, os seus textos revelam uma grande vontade de se expressar atraves da escrita.
Após a leitura a todos os seus textos, fiquei deliciado com algumas passagens, espero que continue a perfeiçoar a sua tecnica de escrita e um dia se aventure a publicar.


Cumprimentos

Um Amigo

Anónimo disse...
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